segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Aparelho Reprodutor Feminino

Útero
O útero é um órgão muscular com forma de pêra e paredes espessas, medindo 7 a 8 cm de comprimento, 5 a  7 cm de largura, na sua porção superior, e 2 a 3 cm de espessura, e consiste em duas grandes porções.
As paredes do corpo do útero são formadas por três camadas:
·         O perímetro, a fina camada externa.
·         O miométrio, a espessa camada de músculo liso.
·         O endométrio, a fina camada interna.
O perímetro é uma camada peritoneal firmemente aderida ao miométrio. Durante a fase lútea (secretora) do ciclo menstrual, distinguem-se , microscopicamente, três camadas de endométrio.
Uma fina camada compacta, composta de tecido conjuntivo disposto densamente em torno do colo das glândulas uterinas.
Uma espessa camada esponjosa, composta de tecido conjuntivo edemaciado contendo porções tortuosas e dilatadas das glândulas uterinas.
Uma delgada camada basal contendo o fundo cego das glândulas uterinas.
No pico do seu desenvolvimento, o endométrio tem espessura de 4 a 5 mm. A camada basal do endométrio possui seu próprio suprimento sanguíneo e não se desintegra durante a menstruação. As camadas compacta e esponjosa, conhecidas coletivamente como camada funcional, desintegram-se e descamam durante a menstruação e no parto.

Tubas
As tubas uterinas, com aproximadamente 10 cm de comprimento e 1 cm de diâmetro, estendem-se lateralmente a partir do corno do útero. Cada tuba se abre, na sua porção proximal, dentro do corno do útero e na sua porção distal, na cavidade peritoneal. Para fins descritivos, a tuba uterina é dividida em quatro porções: infundíbulo, ampola, istmo e porção uterina.As tubas conduzem os ovócitos do ovários e os espermatozóides que entram pelo útero para alcançarem o sítio de fecundação na ampola da tuba uterina.A tuba uterina também conduz o zigoto em clivagem para cavidade uterina.

Ovários
Os ovários são glândulas reprodutivas, em forma de amêndoa, localizadas próximo às paredes pélvicas laterais, de cada lado do útero que produz ovócitos. Os ovários produzem estrogênio e progesterona, os hormônios responsáveis pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias e pela regulação da gestação.

Ciclos Reprodutivos Femininos
Iniciando-se na puberdade e continuando-se normalmente através dos anos reprodutivos mensais (ciclos sexuais), que envolvem atividade do hipotálamo do cérebro, da glândula hipófise (L. bypopbysis), dos ovários, do útero, das tubas uterinas, da vagina e das glândulas mamárias .Esses ciclos mensais preparam o sistema reprodutivo para a gravidez.
O hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH-gonadotropin-releasing homone) é sintetizado por células neurossecretoras no hipotálamo e é carreado pelo sistema porta-hipofisário até o lobo anterior da hipófise. O hormônio liberador de gonadotrofina estimula a liberação de dois hormônios produzidos por essa glândula, que agem nos ovários:
Hormônio folículo-estimulante(FSH-follicle-stimulating hormone), que estimula o desenvolvimento dos folículos ovarianos e a produção de estrogênio por suas células foliculares.
Hormônio luteinizante( LH-luteinizing hormone), que atua como “disparador” da ovulação ( liberação do ovócito secundário) e estimula as células foliculares e o corpo lúteo a produzir progesterona.Esses hormônios induzem também o crescimento do endométrio.

Ciclo Ovariano
O FSH e o LH produzem mudanças cíclicas nos ovários- o ciclo ovariano- desenvolvimento dos folículos, ovulação e formação do corpo lúteo. Durante cada ciclo, o FSH promove o crescimento de vários folículos primordiais entre cinco e 12 folículos primários; entretanto, apenas um único folículo primário se desenvolve até se tornar folículo maduro e se rompe na superfície do ovário, liberando seu ovócito.

Desenvolvimento Folicular
O desenvolvimento de um folículo ovariano e é caracterizado por:
·         Crescimento e diferenciação do ovócito primário.
·         Proliferação das células foliculares.
·         Formação da zona pelúcida.

Desenvolvimento das teças foliculares.
O folículo ovariano logo se torna oval e o ovócito assume posição excêntrica. Subseqüentemente, surgem em torno das células foliculares espaços preenchidos por fluido, que coalescem para formar uma única e grande cavidade, o antro, que contém o fluido folicular. Depois que o antro se forma, o folículo ovariano é denominado folículo vesicular ou folículo secundário.
O ovócito primário é empurrado para um lado do folículo, onde fica envolvido por um acúmulo de células foliculares, o cumulus ooforus, que se projeta para dentro do antro. O folículo continua a crescer até que alcança a maturidade e produz um intumescimento na superfície do ovário.
O desenvolvimento inicial dos folículos ovarianos é induzido pelo FSH, mas os estágios finais de maturação requerem também o LH. Os folículos em crescimento produzem estrogênio, um hormônio que regula o desenvolvimento e a função dos órgãos reprodutivos. A teça interna vascular produz fluido folicular e algum estrogênio. Suas células também secretam androgênios que passam para as células foliculares, que os converte em estrogênio. Algum estrogênio é também produzido por grupos dispersos de células estromais secretoras, conhecidas coletivamente com glândula intersticial do ovário.

Ovulação
Por volta da metade do ciclo, o folículo ovariano sob influência do FSH e do LH- sofre um repentino surto de crescimento, produzindo um intumescimento cístico ou saliência na superfície do ovário . Um pequeno ponto avascular, o estigma, logo aparece nessa saliência. Precedendo a ovulação, o ovócito secundário e algumas células do cumulus ooforus destacam-se do interior do folículo distendido.

Corpo Lúteo
Logo após a ovulação, as paredes do folículo ovariano e da teça folicular sofrem colapso e se tornam enrugadas. Sob a influência do LH, elas se desenvolvem em uma estrutura glândula o corpo lute que secreta progesterona e alguma quantidade de estrogênio, fazendo as glândulas endometriais secretarem e prepararem o endométrio para a implantação do blastócito.
Se o ovócito é fecundado, o corpo lúteo aumenta de tamanho e forma o corpo lúteo gravídico, aumentando sua produção hormonal. Quando ocorre a gravidez, a degeneração dop corpo lúteo é impedida pela gonadotrofina coriônica humana. O corpo lúteo gravídico permanece funcionalmente ativo durante as primeiras 20 semanas de gravidez. Nessa época, a placenta assume a produção de estrogênio e progesterona necessário para a manutenção da gestação.
Se o ovócito não é fecundado, o corpo lúteo involui e degenera 10 a 12 dias após a ovulação, quando é chamado de corpo lúteo da menstruação.

Ciclo Menstrual
O ciclo menstrual (endometrial) é o período durante o qual o ovócito amadurece, é ovulado e entra na tuba uterina. Os hormônios produzidos pelos folículos ovarianos e pelo corpo lúteo (estrogênio e progesterona) causam mudanças cíclicas no endométrio. Essas mudanças mensais na camada interna do útero constituem o ciclo endometrial, comumente denominado período menstrual ou ciclo menstrual porque a menstruação (fluxo sanguíneo do útero) é um evento óbvio.

Fases do ciclo menstrual
As alterações dos níveis de estrogênio e progesterona causam as mudanças cíclicas na estrutura do trato reprodutivo feminino, notadamente no endométrio. Embora para fins descritivos o ciclo menstrual esteja dividido em três fases principais.
·         Fase Menstrual
·         Fase Proliferativa
·         Fase Lútea
Se a fecundação não ocorre acontece a Fase Isquêmica.
Se a fecundação ocorre acontece a gravidez.

Transporte dos Gametas
Transporte do ovócito
Na ovulação, o ovócito secundário é expelido do folículo ovariano com o fluido folicular que escapa. Durante a evolução as extremidades fimbriadas da tuba uterina aproximam-se intimamente do ovário, as expansões digitiformes da tuba – as fimbrias – movem-se para frente e para trás sobre o ovário. A ação de varredura das fimbrias e a corrente de fluido produzida pelos cílios das células da mucosa das fimbrias varrem o ovócito secundário para o infundíbulo da tuba. O ovócito passa para a ampola principalmente como resultado da peristalse, os movimentos alternados de contração e relaxamento da parede da tuba em direção ao útero.

Transporte dos Espermatozóides
Do seu local de armazenamento no epidídimo, principalmente na calda, os espermatozóides são rapidamente transportados para a uretra por contrações peristálticas da espessa cobertura muscular do ducto deferente.
De 200 a 600 milhões de espermatozóides são depositados em torno do orifício externo do útero e no fórnicie da vagina durante o intercurso sexual. Os espermatozóides passam lentamente pelo canal cervical através de movimentos de suas caldas. As enzimas vesiculase, produzidas pelas glândulas seminais coagulam uma pequena de quantidade do sêmen ou ejacula e forma um tampão vaginal que impede o retorno do sêmen para o interior da vagina. Quando a ovulação ocorre, o muco serviçal aumenta em quantidade, fica menos viscoso, tornando mais fácil o transporte dos espermatozóides.

Fecundação
Normalmente, o local da fecundação é a ampola da tuba uterina, sua porção maior é mais dilatada. Se o ovócito não for fecundado aqui, ele passa lentamente em direção ao útero onde se degenera e é reabsorvido. Embora a fecundação possa ocorrer em outras partes da tuba, ela não ocorre no útero. Sinais químicos, secretados pelo ovócito e pelas células foliculares circundantes, guiam os espermatozóides capacitados (quimotaxia dos espermatozóides) para o ovócito.
A fecundação é uma complexa conseqüência de eventos moleculares coordenados que se inicia com o contato entre um espermatozóide e um ovócito e termina com a mistura dos cromossomos maternos e paternos na metáfase da primeira divisão mitótica do zigoto, um embrião unicelular. Alterações em qualquer estagio na seqüência desses eventos podem causar a morte do zigoto. O processo da fecundação leva em torno de 24 horas.

Fases da Fecundação
·         Passagem do espermatozóide na Corona Radiata
·         Penetração da Zona Pelúcida
·         Fusão das Membranas Plasmáticas do ovócito e do espermatozóide
·         Termino da segunda divisão meiótica
·         Formação do pró-núcleo feminino
·         Formação do pró-núcleo masculino
·         Logo que os pró-núcleos se fundem numa agregação de cromossomos única e diplóide, a oótide torna-se um zigoto.

Trabalho apresentado à disciplina Embriologia, sob orientação do Prof. Msc. Silvio Santos Sandes.
Equipe:
Edinéa Aparecida de Sousa
Maria Simone da C. Silva
Roseane Ferreira Ramos
Tânia Maria dos Santos
Wendell Cardoso

Referências:
Embriologia clínica / Keith L. Moore, T. V. N. Persaud; com colaboração de Mark G. Torchia; [Tradução Andrea Monte Alto Costa...et al.].-Rio de Janeiro: Elsever, 2008, Pág 22-34.

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